Tomar a decisão de investir tempo e dinheiro em um curso de idiomas é coisa séria, por isso, devemos ser muito criteriosos na hora de escolher a escola ou professor, aula individual ou em grupo, aula online ou presencial, inglês geral ou para fins específicos, etc.
O objetivo deste artigo é comparar alguns prós e contras das modalidades de aula individual ou aula em grupo, incluindo algumas dicas para os professores de como gerenciar algumas situações frequentes nas aulas.
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As aulas podem ser totalmente personalizadas. O professor pode usar materiais e exemplos relacionados ao seu trabalho, suas viagens, por exemplo, suas músicas/séries preferidas podem ser transformadas em temas para as aulas.
Contra
Por outro lado, as aulas podem se tornar previsíveis e monótonas porque o padrão de interação é sempre professor-aluno. Depois de algum tempo, há o risco das aulas virarem bate-papo ou ainda se confundirem com sessão de terapia.
Sugestão ao professor
Tenha um plano de curso com metas a longo prazo e, periodicamente reserve um tempo para reavaliá-lo junto com o aluno, além disso, tenha um plano de aula detalhado. Caso o aluno queira comentar algo não diretamente relacionado à aula, reserve uns cinco minutos no começo ou final da aula para ouví-lo, sempre em inglês e, de preferência, ofereça feedback em vocabulário e pronúncia ao final destes minutos.
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As aulas atenderão à sua necessidade imediata, seja no trabalho, estudo ou outro desafio que tenha. Serão práticas, objetivas e o conteúdo poderá incluir simulações de situações que você vivencie no seu dia-a-dia.
Contra
Porém, ao longo do tempo, o conteúdo das aulas poderá ficar muito limitado e restrito apenas à área de atuação do aluno.
Outro agravante é que se o aluno enfrenta alguma situação frustrante no trabalho, isso pode refletir nas aulas, pois ambos os contextos estão conectados. Isso geraria desmotivação e possível desistência das aulas.
Sugestões ao professor
Proponha algumas aulas diferenciadas em grupo, onde outros temas sejam discutidos, como aulas de conversação baseadas em filmes, livros, viagens, etc.
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Na aula individual, o professor poderá retomar e revisar conteúdos quantas vezes forem necessárias até que o aluno se sinta seguro.
Considerando que não há um prazo para avançar com o conteúdo, o aluno cria a sua rotina de estudos fora da aula e sempre que necessário, o professor poderá reavaliar, focar em pontos específicos em que o aluno ainda tenha dúvidas.
Além disso, o aluno pode desmarcar a aula por conta de alterações na rotina de trabalho sem prejuízo de conteúdo, desde que com antecedência e previamente combinado com o professor.
Contra
Entretanto, pode faltar desafio e incentivo para estudar fora da aula, uma vez que, o professor vai sempre “esperar” o aluno em relação aos conteúdos e tarefas.
Assim, o curso tende a durar muito mais que o previsto e o aluno pode perder a motivação, já que não vê resultados.
A flexibilidade de desmarcar aulas sem prejuízo de conteúdo pode virar um motivo para procrastinar os estudos.
Lembre-se: mesmo sabendo que é importante, muitas vezes, procrastinamos aquilo que exige muito esforço e atenção.
Sugestões ao professor
Estabeleça metas semestrais com seus alunos e constatemente relembre essas metas. E outro ponto importante, insista nas tarefas, mesmo que o aluno não faça.
Oriente para que ele estude de formas alternativas como vendo filmes, ouvindo podcasts, jogando, etc, e a cada aula pergunte como e o que ele estudou durante a semana.
Pró
As aulas podem ser mais dinâmicas e divertidas: os alunos podem observar, comparar, ensinar, questionar e chegar à conclusões juntos.
Contra
Por outro lado, alguns alunos podem se sentir intimidados pelo desempenho dos colegas. Os alunos introvertidos podem passar todo o tempo da aula só ouvindo aos colegas.
Sugestões ao professor
O primeiro passo é fazer uma entrevista com cada um dos alunos, conhecer não só as necessidades, mas também as características de cada um: introvertido, extrovertido, calmo, agitado, ansioso, paciente.
Durante as aulas, procure trabalhar com duplas, diversificando as formas de interação (jogos de estratégias, perguntas abertas, jogos de perguntas e respostas rápidas, etc).
A cada aula é interessante alterar os membros das duplas para que todos possam interagir. Não se esqueça de monitorar de perto o desempenho de cada dupla, suas dúvidas e conquistas.
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O alunos podem genuinamente se ajudar, já que um entende exatamente as dúvidas e dificuldades do outro. Farão uma leitura empática da dificuldade do outro e poderão ajudar, uma vez que, já passaram pela mesma dificuldade.
Ao ensinar ao colega, o aluno precisa resumir e reinterpretar o conteúdo para explicar e, assim, consolida a sua aprendizagem.
Contra
O aluno pode acabar “copiando” os erros do colega, como vícios de pronúncia ou vocabulário incorreto.
Sugestões ao professor
Monitorar cuidadosamente as atividades em dupla, grupo, anotar e dar feedback para o grupo todo. Assim, tanto quem cometeu o engano quanto quem ouviu, terá chance de aprender juntos.
Finalmente, cabe ao aluno analisar junto com seu professor ou coordenação da escola se aula individual ou em grupo atendará melhor à sua necessidade e realidade e, há sempre a possibilidade de alterar a modalidade das aulas de um semestre para o outro.
Espero que este artigo possa ajudar nessa decisão e se tiver alguma dúvida, fique à vontade para entrar em contato.