Quando começo um novo curso, o meu primeiro pensamento é preciso ter caderno, caneta e lápis novos. Esse pensamento está relacionado ao início da minha trajetória como estudante em que copiar toda a matéria do quadro era uma das condições para ser considerada uma boa aluna.
Do Ensino Fundamental para o Médio houve uma mudança significativa na relação professor x aluno. Passei a ter mais autonomia e ser responsável por administrar as minhas anotações e organização do meu tempo de estudo. Esse período era uma preparação para o Ensino Superior e a vida profissional, em que teria de trabalhar de forma totalmente independente, pesquisando, levantando hipóteses, produzindo.
Essa transição entre “copiar tudo do quadro” e “ter autonomia para gerenciar sua aprendizagem” não é tão clara, ela vai acontecendo aos poucos, acompanhando o nosso desenvolvimento físico e emocional e, da mesma forma, não somos preparados para ela.
Nas aulas de idiomas saber o que anotar é sempre um dilema. Temos três tipos de alunos:
1 – os que copiam tudo que o professor fala ou escreve no quadro
2 – os que não tem caderno e anotam nas bordas das páginas do livro
3 – os que tem um caderno em branco aguardando sem saber o que anotar
Com a migração para aulas online, a maioria dos alunos dispensa o caderno porque o professor já faz as anotações em arquivos de texto durante a aula e compartilha com eles. Então a função de caderno para registro de conteúdo e feedback perde o sentido. Mas e as hipóteses, revisões, resumos, conclusões passam a ser apenas processos mentais? Preciso ter caderno? Sim. Precisamos sim de um caderno que seja usado após a aula para revisitarmos o conteúdo estudado e criarmos nossos próprios exemplos, esquemas, listas, etc.
Eu estudo Espanhol porque gosto da língua, mas também para me colocar no lugar de aluna, faço aulas online uma vez por semana, comecei no nível A1 e estou iniciando o B1. Tenho um livro de curso e também tenho meu caderno. As imagens a seguir são alguns exemplos de anotações que tenho feito após as aulas:
Há alguns anos. vários estudos vêm apontando que escrever à mão ajuda na assimilação de conteúdo, organização do pensamento e levantamento de hipóteses. Aqui há uma reportagem da TV Cultura e aqui um artigo do site PsiEdu, de onde extraí a seguinte citação:
“Escrever à mão é importante não apenas para produção de letras bonitas. Durante esse exercício, usamos áreas motoras do cérebro, como área de planejamento e controle motor, áreas perceptivas visuais e áreas associadas à linguagem. Tudo trabalhando em conjunto.”
Por que escrever à mão ainda é importante para crianças, site psicoedu.com.br
Neste artigo, falei sobre como escrever à mão pode ajudar na fala, pela organização das ideias e pela apropriação do vocabulário.
Em posts futuros, vou mostrar alguns métodos utilizados para tomar notas e como podemos adaptá-los à aprendizagem de idiomas.
E você tem um caderno? Como faz as suas anotações? Comente aqui, adoraria saber 🙂